Surgida nas ruas das cidades como manifestação política, cultural, social e ideológica, a arte do grafite (pública por natureza) foi absorvida pelas artes visuais, tendo em vista sua vontade de expressão. Artistas brasileiros como os irmãos paulistas Otávio e Gustavo Pandolfo, ‘Os Gêmeos’, realizam obras em que as questões da arte do grafite e as da arte pública somam-se. Os alunos conheceram neste semestre, através de aulas expositivas e pesquisas individuais, um pouco sobre o trabalho destes artistas, assim como de outros que interferem nas ruas da cidade,. Em seguida, aprofundaram-se nos trabalhos da artista contemporânea Regina Silveira, cujas obras dialogam com o contexto arquitetônico e espacial, através de impressões pessoais, jogos de luz e sombra, colagens e outras interferências diretas sobre os locais. “Vejo com satisfação a saída dos espaços sacralizados da arte para o espaço da manifestação de rua, numa relação mais próxima com o público.” (Regina Silveira)
O objetivo das aulas de arte foi o de provocar a imaginação para outras considerações sobre a relação entre o real e as imagens. Assilhuetas (sombras) pareciam simples, quando pensadas apenas em contornos preenchidos e escuros – mas elas eram na verdade muito ambíguas, pois permitiram jogos de imaginação, com implicações de tempo e memória. Por esta razão os alunos utilizaram imagens familiares a eles, como os “bonecos de forte-apache” (soldados, cavalos, mocinhos e bandidos) cujas sombras projetadas no espaço do papel criavam muitas histórias pessoais fantásticas.